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Diversificação produtiva: como o planejamento pode viabilizar o desenvolvimento sustentável

Atualizado: 22 de set. de 2021



Com foco no desenvolvimento sustentável, o “Seminário Internacional Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento”, promoveu na manhã de 16 de junho, o painel “Diversificação Produtiva – Sinalização do potencial de desenvolvimento sustentável dos Polos Demonstrativos do Projeto Biomas”.

“Quando o Brasil passou pela segunda revolução agrícola, liderada pelo Ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Alysson Paulinelli, na época, transformando inovação física e tecnológica em alta produtividade, o país viveu um grande desenvolvimento”, enfatizou o moderador do painel e ex-ministro da Fazenda, Paulo Haddad.

O mercado consumidor também prosperou, principalmente, em razão da produtividade total dos fatores, da distribuição de renda e do aumento da população. Outra coisa importante, é que se formou uma classe média rural sustentável. “Esse modelo de desenvolvimento, implantado na região Centro-Oeste, decorreu da liderança do ministro Paulinelli e criou um ciclo de prosperidade em uma região que era um bolsão de pobreza”, relembrou Haddad.

Gestão territorial

Em sua apresentação, o professor José Roberto Scolforo, da Universidade Federal de Lavras – UFLA, fez uma abordagem sobre a gestão do território para o projeto Biomas. O objetivo da gestão territorial é contribuir para a definição de áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável e a orientação dos investimentos do Governo e da sociedade civil segundo as peculiaridades regionais.

O diagnóstico é muito importante para a gestão territorial. “No Brasil, mesmo em escalas inadequadas, temos todas as informações, no entanto, todas estão dispersas, ou seja, de forma muito pouco sensata usamos as informações”, reclamou.

Para a correta gestão de território é preciso reunir toda a base que existe de informação do meio físico e biótico, da dinâmica socioeconômica e da organização jurídica institucional. Dessa forma é possível construir um cenário atual mais apropriado, focado no desenvolvimento sustentável e, com isso, é possível trabalhar na definição das potencialidades e limitação dos recursos.

Os prognósticos são igualmente importantes, onde se trabalham cenários, unidades de interversão, e a partir daí diretrizes. E por fim, a implementação de um centro de informação que reúna tudo no que é aplicado recurso público. “A gestão de território tem por principal finalidade, contribuir para aumentar a renda de diferentes regiões”, disse Scolforo.

Ocupação do território

Antônio Buainain, da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, chamou atenção para o aspecto de que a ocupação do território pode se dar de uma maneira desordenada, guiada pelo mercado, ou pode ser feita de uma forma organizada. “A ocupação do território brasileiro sempre foi desordenada, o estado raramente chegou com antecipação nesses territórios para organizar essas ocupações. Isso vale para o meio rural e para as cidades”.

A diversificação e o desenvolvimento dos territórios no Brasil precisam de planejamento. Sem o planejamento, que cria condições básicas para a realização dessa capacidade de empreender e inovar que o brasileiro tem, não há desenvolvimento territorial sustentável, muito menos a possibilidade de diversificação produtiva.

“As oportunidades para diversificação produtiva são inúmeras e para todos os biomas. Essa diversificação não ocorre hoje porque faltam condições e investimentos que viabilizariam esse processo, e levaria a uma ocupação mais sustentável e igualitária do nosso território”, pontuou Buainain.

Projeto Biomas Tropicais

O Projeto Biomas Tropicais é coordenado pelo Instituto Fórum do Futuro, presidido pelo Professor Alysson Paolinelli, e conta no seu núcleo central com a parceria de instituições como o CNPq, a Embrapa, a Universidade de São Paulo (ESALQ), as Universidades Federais de Lavras e Viçosa, o Centro de Gestão de Estudos estratégicos, o SEBRAE e a FGV-Agro, além de inúmeras instituições regionais em cada um dos biomas estudados. A experiência deve desenvolver alternativas para a integração da ciência, energia, natureza e alimentos, criando uma sinergia entre essas áreas e dando grande ênfase a ações sustentáveis.

A concepção do Projeto Biomas começou há oito anos e a implantação teve início em meados de 2019, no Polo Demonstrativo dos Cerrados, em Rio Verde (GO). Agora estão sendo iniciados os trabalhos na Amazônia e na Caatinga.

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