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OS IMPACTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS QUE MUDARAM A TRAJETÓRIA DO BRASIL -

CENTRO OESTE BRASILEIRO: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, SOCIAL E AMBIENTAL NAS CIDADES CRIADAS E NAS CIDADES POTENCIALIZADAS PELA IMPLANTAÇÃO DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO DE BASE CIENTÍFICA





*José Edson Lara


O Centro Oeste brasileiro apresentando fronteiras de desenvolvimento sustentável


As dezenas de cidades criadas e potencializadas no Centro-Oeste brasileiro a partir dos anos de 1970, passam atualmente a exibir indicadores de desenvolvimento consistentes com os propósitos e processos de seus empreendedores. A razão essencial deste progresso foi a implementação do Programa de Desenvolvimento do Cerrado, incorporando diversas iniciativas inovadoras e ousadas. Dezenas de cidades foram criadas e outras tantas foram impulsionadas pelo programa. Atualmente elas exibem indicadores de desenvolvimento acima da média brasileira.


Lucas do Rio Verde (MT), por exemplo, que era um território ermo há 40 anos, hoje exibe, entre outras grandes conquistas, um curso de Mecatrônica, preparando engenheiros para atender às demandas do pujante agribusiness. Primavera do Leste (MT) ostenta três universidades e uma raia de caiaque, que é usada pela seleção brasileira. Em 1982, Luiz Eduardo Magalhães (BA), era um posto de gasolina solitário, às margens da BR 242 (Barreira/Salvador). Atualmente é a grande referência do agribusiness no chamado Matopiba (Maranhão, Tocantins e Bahia). Rio Verde (GO), atualmente é um dos maiores polos agrícolas do Brasil. Em 1975, quando foi escolhida pelo Ministro Alysson Paulinelli para abrigar o lançamento do Polo Centro, esta cidade secava arroz em suas ruas asfaltadas do centro da cidade. Neste contexto, uma ideia inovadora e ousada permitiu vislumbrar, criar e estabelecer as bases para um mundo novo, no interior do Brasil. Os resultados já são consistentes, face aos atuais cenários sociais, econômicos e ambientais destas cidades e regiões.


O desenvolvimento sustentável, em qualquer contexto, se fundamenta em uma multitude de atores institucionais, políticos, sociais, econômicos, tecnológicos e outros, atuando, quase sempre, em redes estratégicas. As políticas, os objetivos, as estratégias, as estruturas e os resultados dependem da orientação e da dinâmica destes atores. São eles quem determinam e condicionam os promotores e a velocidade do desenvolvimento. Assim se configura a moldura de um projeto de magnitude capaz de induzir o desenvolvimento em suas diversas fronteiras, contemplando as potencialidades regionais, como no caso específico das regiões tropicais e equatoriais do Brasil, entre elas o Centro Oeste do país.


O desenvolvimento econômico tem sido sujeito e objeto das mais diversificadas explorações econômicas, políticas e sociais através dos tempos, empreendidas por organizações e países de diversas partes do mundo. Especificamente sobre o Centro Oeste brasileiro, há que se salientar que os esforços ao seu desenvolvimento sustentável se originaram de políticas públicas em seus diversos níveis, exercidas diretamente ou por meio de organismos e programas criados propositalmente para seu progresso. Diversas delas se caracterizaram por abranger propósitos mais abrangentes, e outras foram destinadas a fins específicos. Assim, considera-se importante destacar que uma das organizações mais visíveis no suporte ao desenvolvimento nacional e especificamente do Centro Oeste brasileiro é a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que é uma empresa pública de pesquisa, sendo ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Brasil. Criada em 1973 pelo ministro Luís Fernando Cirne Lima e intensamente fomentada pelo ministro Alysson Paulinelli, sua missão é viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira. Em sua vasta história, muitas conquistas foram obtidas, no sentido do desenvolvimento agrícola do Centro Oeste brasileiro.


O PRODECER (Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento dos Cerrados), a partir de 1978, iniciou suas atividades no cerrado, local que até então era considerado impróprio para a agricultura, implementando o desenvolvimento de tecnologia para a produção de grãos, principalmente milho, soja e trigo, com o apoio de entidades governamentais japonesas. Outro programa de elevado alcance, destinado ao desenvolvimento integrado da pesquisa agropecuária, foi o PIPAEMG, criado em 1971 e se constituiu em um dos pilares do Plano Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social. Dele originou a EMBRAPA e o Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuária (SCPA), cujas contribuições ao desenvolvimento são notórias. Aprofundando o conhecimento e as ações sobre o desenvolvimento, sobretudo de regiões menos prósperas, o próprio Fórum do Futuro vem fomentando a evolução de questões estruturantes da sociedade brasileira, a partir da perspectiva do desenvolvimento sustentável no agribusiness, no alimento e proteínas, com base na ciência e na tecnologia. É neste cenário, com múltiplos agentes e espaços promissores e carentes de desenvolvimento, que este artigo se insere. Ele se propõe a explicar os fatores de desenvolvimento de uma cidade, região ou país.


Este estudo tem como objetivo geral analisar o nível de desenvolvimento de seis cidades de regiões diferentes, sob os conceitos: Cidades Geradas, que podem ser também denominadas como cidades disruptivas, e Cidades Potencializadas. As primeiras constituem-se de cidades que foram criadas com o propósito de se empreender o desenvolvimento a partir de vocações que aliam características locais com atributos de inovação providos por lideranças e suas visões de futuro muito específicas. São cidades que adotaram um posicionamento disruptivo em relação aos demais centros de desenvolvimento urbano. As segundas, referem-se às cidades que foram potencializadas em suas vocações originais, por meio de ações desenvolvimentistas específicas, caracterizando-se como incrementais.


1. As Cidades Geradas e as Potencializadas do Centro Oeste brasileiro


O tema das cidades inteligentes vem sendo referência para planejamentos urbanos em quase todo o mundo. Afinal, as pessoas e sociedades querem viver melhor, em cidades que lhes proporcionem boas condições de vida. Assim, apesar das limitações, as lideranças locais em geral, em conjunto com as sociedades, tentam conseguir as melhorias necessárias à qualidade de vida dos seus cidadãos. No caso do Centro Oeste brasileiro, as lideranças nacionais, notadamente as que representam as entidades científicas, econômicas e outras promotoras do desenvolvimento, atuaram intensamente, e os resultados de seus esforços são amplamente visíveis atualmente. São altamente relevantes os resultados dos empreendimentos realizados por idealistas pioneiros, entre eles o Ex-Ministro Alysson Paulinelli, assim como de outras autoridades e dirigentes de notáveis instituições públicas e empresas privadas, que acreditaram e mostram ao mundo as possibilidades de um importante espaço geográfico do planeta.


As cidades aqui escolhidas como exemplo de sucesso se sobressaíram em aspectos importantes, que determinam a otimização das condições gerais de vida de seus cidadãos. Elas foram categorizadas, neste estudo, em dois grupos. São as Cidades Geradas, sendo (Luca do Rio Verde, no Mato Grosso, Primavera do Leste, no Mato Grosso e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia) e as Cidades Potencializadas (Paracatu, em Minas Gerais, Rio Verde, em Goiás e Cristalina, na Bahia).


Para este estudo utilizou-se de alguns elementos do modelo da Hélice Quíntupla (Figura 1), para apresentar e analisar os perfis e os papeis dos setores atuantes em cada cidade.


Figura 1: Os perfis e os papéis dos agentes das Cidades Criadas e das Cidades Potencializadas





Fonte: Elaboração própria para este estudo.


As informações e dados apresentados a seguir são consistentes com os elementos do modelo acima, contribuindo a explicar os perfis básicos de cada cidade. As informações apresentadas não representam, na íntegra, os indicadores do modelo na figura acima. Constituirá elemento de destaque, neste estudo, o PIB per capita (IBGE, 2018), das Cidades Geradas e das Cidades Potencializadas. O PIB per capita é o Produto Interno Bruto, ou o resultado de toda a produção ou renda de um país, dividido pela quantidade de habitantes do país. Ou seja, é a renda média dos cidadãos. Quanto maior o PIB per capita, melhor para uma cidade ou país.


2.1 Cidades Geradas


2.1.1 Lucas do Rio Verde


É um município localizado no interior do estado de Mato Grosso, Região Centro-Oeste do país, distante 334 km a norte de Cuiabá, a capital. Sua população está próxima de 70.000 habitantes e foi fundado em 1983. Seus indicadores são mostrados no Quadro 1.

Quadro 1: Indicadores da cidade de Lucas do Rio Verde



Fonte: Dados da pesquisa


1.1.2 Primavera do Leste


É um município do estado do Mato Grosso, com cerca de 73 mil habitantes, distante 240 Km da capital, Cuiabá. Foi fundado em 1986 e vem se destacando como uma cidade modelar, com vocação disruptiva, orientada ao desenvolvimento econômico e social, em todas as suas esferas. Sua configuração segue abaixo (Quadro 2).


Quadro 2: Indicadores da cidade de Primavera do Leste



Fonte: Dados da pesquisa


2.1.3 Luís Eduardo Magalhães


É um Município do Oeste da Bahia, emancipado 1998, que se desenvolveu mediante a imigração de brasileiros, procedentes principalmente do sul do Brasil; muitos deles, com ascendência estrangeira. Situa-se a 971 quilômetros de Salvador. Conforme estimativas do IBGE de 2021 a população é de cerca de 92 mil habitantes e seus indicadores são exibidos no Quadro 3.


Quadro 3: Indicadores da cidade de Luís Eduardo Magalhães




Fonte: Dados da pesquisa


2.2.2 Rio Verde


É um município de Goiás fundado em 1848, com uma população atual de cerca de 250 mil cidadãos. A partir da década de 1970 atraiu produtores rurais do sul e do sudeste do país, além de agricultores norte-americanos, que fundaram uma colônia. Com esta imigração, chegaram à cidade maquinários, tecnologias, recursos e experiências, transformando o município em um dos maiores produtores de grãos de Goiás e um dos destaques do país. Seus indicadores são demonstrados no Quadro 5.


Quadro 5: Indicadores da cidade de Rio Verde



Fonte: Dados da pesquisa


2.2.3 Cristalina


Este é um município do estado de Goiás, fundado em 1901, e que apresenta uma população de cerca de 61.3 mil habitantes. É um município muito bem interligado por rodovias e com fácil acesso a grandes centros, como por exemplo o Distrito Federal. A partir da década de 1970 a cidade começou a receber agricultores vindos especialmente da região sul do Brasil, e introduziram a agricultura comercial nos cerrados e na cidade, conforme Quadro 6.


Quadro 6: Indicadores da cidade de Cristalina




Fonte: Dados da pesquisa


As análises comparativas dos perfis das cidades, assim como suas perspectivas são apresentadas nas sessões a seguir.


  1. Sobre os avanços das Cidades Criadas e Cidades Potencializadas do Centro-Oeste brasileiro, em relação aos dados do Brasil.


Os analistas vêm definindo e explicando as cidades inteligentes como os espaços onde as pessoas convivem com sensações de felicidade e dignidade em muitos aspectos da vida cidadã. Assim, a participação na vida pública, a proximidade dos poderes constituídos, o conforto cidadão, as similaridades de condições de vida e as condições de saúde, educação, segurança, renda, oferta de trabalho, saúde e mobilidade, explicam o nível de inteligência de uma cidade. As cidades mais inteligentes têm sido também as mais inovadoras e disruptivas, já que seus empreendimentos se caracterizam por serem pioneiros e ousados, determinando que deles surjam muitos outros avanços empreendidos por empresas, entidades públicas e cidadãos. As cidades potencializadas, embora um pouco mais tardiamente, também manifestam suas propensões a um desenvolvimento em um ritmo mais acelerado do que as cidades convencionais. As cidades aqui analisadas apresentam a tendência a se tornarem cidades inteligentes, em razão, principalmente, da inteligência de seus negócios, interligados à ciência, tecnologia e orientação negócios internacionais do agribusiness.


Neste estudo, entre os elementos escolhidos para a análise de cada cidade, conforme discriminados nos Quadros antecedentes, destacou-se o PIB per capita de 2018 (IBGE), como indicador fundamental de desenvolvimento. Em razão da indisponibilidade de dados do IDH e do Índice de Gini para o ano de 2018, para as cidades, eles não foram contemplados neste estudo. Ademais, alguns indicadores do IDH não apresentam resultados imediatos em uma sociedade. Ademais, a concentração de empresários investidores, executivos e profissionais da alta tecnologia no agribusiness, procedentes dos grandes centros econômicos brasileiros, e alguns estrangeiros, possivelmente contribuam à alta concentração de renda nos municípios.


Sobre o PIB per capita, todas as cidades demonstraram ser dotadas de um volume mais elevado do que o Brasil. As cidades Geradas, em média, alcançaram o valor de R$ 65.593,33, enquanto o Brasil atingiu R$ 33.153,00; portanto, quase o dobro dos valores. As cidades Potencializadas apresentaram um valor médio de R$ 38.207,00, sendo significativamente mais elevado que o Brasil. A principal justificativa para as Cidades Geradas, é que elas são fortes em agribusiness e indústrias relacionadas, cujo crescimento, especialmente nos últimos vinte anos tem sido notável. Ademais, os volumes de exportação e as políticas cambiais favorecem a economia destas cidades, o que influencia diretamente o PIB per capita. As Cidades Potencializadas, embora apresentem média inferior às Geradas, demonstram igualmente que seus desenvolvimentos decorrem da alta produtividade no agribusiness e na exploração dos negócios no campo da mineração mais nobre. O que há de comum entre estes dois grupos de cidades, refere-se à implementação de políticas e planos consistentes em setores estratégicos, promovida por empresas e entidades com notória capacidade de aportar conhecimentos científicos e tecnológicos, além de outros suportes necessários aos seus negócios. Portanto, o desenvolvimento delas não decorreu de iniciativas espontâneas dos cidadãos e empresas. Os resultados foram conseguidos mediante ações estratégicas fortemente indutoras de desenvolvimento, promovidas por instituições importantes no desenvolvimento da região do cerrado brasileiro.


Há que se destacar neste processo de desenvolvimento das cidades, o papel estratégico das cooperativas regionais, que sempre contribuem significativamente, democratizando e fomentando a integração de pequenos produtores rurais, sendo o suporte econômico e social dos empreendimentos de maior envergadura. Diversas outras instituições quase invisíveis na economia maior, apresentam-se também como forças vivas locais de desenvolvimento, exercendo integração e promovendo e evolução das “pequenas economias”, tão necessárias à vida cidadã de pessoas e famílias.


1.O Centro Oeste brasileiro e suas perspectivas


Conforme descrito acima, a aplicabilidade de um projeto ambicioso, que potencializa os planos e ações pertinentes a um desenvolvimento integral de sociedades por meio de seus atores, Governo/Políticas Públicas, Empresas, Instituições de Ensino/Educação, Sociedade e Orientação à Sustentabilidade, depende fundamentalmente de um componente estratégico: a Gestão dos sistemas. O Centro Oeste é, sem dúvida, um sistema complexo, inteligente e dinâmico. A efetividade gerencial requerida para a aceleração de seu desenvolvimento determina que haja energias propulsoras, fazendo irradiar os progressos locais e se estendendo a regiões muito mais abrangentes. Os potenciais de desenvolvimento são muito vastos e variados, e estas cidades se colocam como exemplo de sucesso, não apenas para o Centro Oeste, mas também para todo o interior do Brasil.


As cidades analisadas evidenciam perspectivas profundamente promissoras. Afinal, elas estão consolidadas principalmente em produções agrícolas de alto impacto de mercado, tanto nacional, quanto internacional. No plano nacional, as demandas são crescentes e no plano internacional, com o crescimento da renda em países, especialmente do Leste Asiático e do mundo Árabe, as demandas são altamente relevantes e ainda mais promissoras. Agrega-se a este cenário, que as tecnologias utilizadas nestas cidades já permitem alta produtividade agrícola, por área plantada. São tecnologias utilizadas desde a genética até o plantio, manejo, colheita, conservação, logística e entrega de produtos de alta qualidade, superando os maiores competidores dos mercados internacionais. Mais que no campo da produção de alimentos, estas cidades abrigam empresas que estão atuando nos sofisticados negócios das proteínas vegetais. Assim, é natural que tanto as cidades quanto as regiões onde elas se localizam, estão sendo observadas por importantes agentes políticos e empresariais de diversas partes do mundo.


Face a este cenário, é natural que o Centro Oeste brasileiro, embora seja uma grande realidade como foco estratégico de desenvolvimento nacional, ainda demande investimentos que permitem a irradiação do progresso de algumas cidades líderes, para outras que já começam a se despontar como fronteira de desenvolvimento. Esta evolução exprime os sonhos de todos os personagens que vislumbraram o Centro Oeste como um espaço estratégico muito especial do Brasil e do mundo. Os exemplos das cidades aqui estudadas, certamente despertam em muitas outras as conveniências e oportunidades de produções agrícolas competidoras ou complementares, que as permitam evoluir econômica, social e ambientalmente. Os investimentos devem ser diversos: econômicos, científicos, tecnológicos, logísticos, gerenciais e muitos outros. São estes investimentos que permitirão o desenvolvimento integral de uma região tão especial deste planeta.


É neste sentido que o ideário, ou os sonhos dos pioneiros, agentes públicos e econômicos vão se tornando realidade: o de um Centro Oeste desenvolvido em todos os seus aspectos.



Referências


IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produto Interno Bruto dos Municípios. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html? Acesso: 08 mar 2022.


LARA, José Edson; ESTEVES, Claudia M. A.; CREMONEZ, V. G; RIBEIRO, R. M. The quintuple helix modeling technological innovation: characterization and the status of business accelerators in a metropolitan region. International Journal of Professional Business Review. V6, N° 1. P. 01-16. Doi: https://doi.org/10.26668/businessreview/2021.v6i1.221.


SITES das diversas cidades. Período de busca: 10/02/2022 a 01/03/2022.



*José Edson Lara, PhD – FPL Educacional e UNIFATEC PR



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