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Regenera Cerrado avança na identificação taxonômica de espécies de abelhas

Pesquisa voltada ao estudo dos insetos polinizadores na soja contou com a colaboração de uma taxonomista da UFBA

A taxonomia, ciência da classificação dos seres vivos, é fundamental para a compreensão da biodiversidade do nosso planeta. Ao classificar os organismos em grupos e estabelecer relações entre eles, a taxonomia nos permite entender a evolução da vida, identificar novas espécies, proteger espécies ameaçadas e desenvolver novas tecnologias.


No Projeto Regenera Cerrado, a pesquisa sobre abelhas e polinização no cultivo de soja está na fase de identificação taxonômica das espécies coletadas nas áreas de estudo em fazendas do Sudoeste Goiano.


Para esta classificação, a equipe dedicada à pesquisa dos insetos polinizadores contou com a colaboração da Dra. Favízia Freitas de Oliveira, bióloga, entomóloga, taxonomista de abelhas, professora e pesquisadora do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre os dias 11 e 19 de dezembro, ela esteve na Embrapa Cenargen em Brasília-DF, para conduzir os trabalhos de identificação das espécies.


Dentro do grupo das abelhas, a equipe do projeto coletou 782 indivíduos na safra de soja 2023/2024. Desse total coletado, 327 abelhas já foram separadas em três famílias: Apidae, Andrenidae e Halictidae. Neste grupo divido por famílias, 178 indivíduos foram identificados por gênero, entre os quais 135 separados por espécie. Na galeria de fotos a seguir, algumas espécies identificadas no estudo.



Conforme relata a pesquisadora Carmen Pires (Embrapa Cenargen) que coordena os estudos nesta área no Regenera Cerrado, a identificação das demais abelhas coletadas continua em andamento.


“O nosso objetivo é conhecer as comunidades de abelhas, associadas à soja e às matas do entorno das lavouras, e avaliar a relação dos níveis de adoção das práticas regenerativas com estas comunidades. Neste processo, a participação da taxonomista Favízia Freitas foi fundamental para o estudo avançar na identificação mais precisa das espécies de abelhas, o que nos permitirá entender os hábitos de cada grupo como, por exemplo, onde essas espécies constroem os seus ninhos”, explica a pesquisadora.


Carmen Pires pontua que, mesmo com a identificação taxonômica das abelhas em andamento, já é possível verificar alguns resultados importantes na pesquisa.


“Identificamos que produtos com classe de periculosidade mais baixa, como os bioinsumos, favorecem a diversidade e a abundância de abelhas nas áreas. Também encontramos, em algumas fazendas, maior produção, como já era esperado, em áreas com maior abundância e diversidade de abelhas, que são as áreas próximas de manchas de mata”, revela.


Identificação taxonômica


A primeira etapa do estudo foi a coleta dos insetos nas lavouras e em áreas de mata nativa, seguida de uma triagem e preparação das abelhas para o processo de identificação: montagem, rotulagem e secagem.


Na atual etapa de identificação taxonômica, os insetos foram analisados em microscópio estereoscópico com a identificação das famílias, tribos gêneros e espécies. O objetivo é verificar quais espécies foram coletadas em cada um dos pontos amostrais, bem como suas abundâncias nessas áreas de estudo.


“Conseguimos mapear quais espécies são mais abundantes e identificar novas ocorrências de espécies para essa região do Cerrado. Outros estudos mais refinados serão realizados na sequência, assim que finalizarmos a fase de organização das informações que já levantamos”, adianta Favízia.


A especialista ressalta que a taxonomia é fundamental para manter as coleções entomológicas que são uma fonte de informações inesgotável para a pesquisa científica, contribuindo para a interpretação de fenômenos biológicos e sua relação com as espécies encontradas nas áreas de estudo.


“Todas as informações que levantamos nesses dias de trabalho serão importantes não apenas para o Projeto Regenera Cerrado, mas nos ajudarão a compreender melhor a distribuição da biodiversidade de abelhas do Brasil de uma forma mais ampla”, afirma a taxonomista.


Sobre o projeto


O Regenera Cerrado tem como objetivo disseminar técnicas de agricultura regenerativa, respaldadas cientificamente e que sirvam de exemplo escalável de produção de soja e milho para o Brasil e para o mundo.


Idealizado no Instituto Fórum do Futuro, em 2022, o projeto conta com o patrocínio da Cargill, execução operacional do Instituto BioSistêmico (IBS) e parceria de 9 instituições nacionais e 12 fazendas da região no entorno do município de Rio Verde, no sudoeste de Goiás.


As instituições parceiras no Projeto Regenera Cerrado são a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (GAPES), o Instituto Federal Goiano, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de Brasília (UnB).


Para mais informações sobre o projeto, acesse o site do Instituto Fórum do Futuro! https://www.forumdofuturo.org/regenera-cerradoLaboratório

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