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Pesquisa do Regenera Cerrado avalia os custos de produção na agricultura regenerativa

Atualizado: 26 de abr.

Lavoura de milho em sistema regenerativo da Fazenda Renascer. Foto: Rogério Vian


A busca por uma agricultura mais sustentável é um desafio global que exige uma análise abrangente, desde a preservação ambiental até a viabilidade econômica das práticas agrícolas. Nesse contexto, os custos de produção assumem um papel crucial, pois determinam a rentabilidade da atividade agrícola, influenciando diretamente a tomada de decisões dos produtores e, a longo prazo, a sustentabilidade do setor.


Para avaliar a viabilidade da agricultura regenerativa, é fundamental realizar estudos detalhados dos custos de produção, considerando diferentes cenários e sistemas de manejo. O mapeamento dos custos envolvidos em cada etapa do sistema produtivo, desde a escolha das sementes até a comercialização do produto, é essencial para identificar oportunidades de otimização e redução de custos.


No projeto Regenera Cerrado, a equipe de pesquisadores do objetivo 9 vem realizando a apuração dos custos de produção e rentabilidade das áreas estudadas pelo projeto com as novas práticas de agricultura regenerativa em comparação com os custos da produção em sistemas convencionais.


A equipe está dedicada ao levantamento dos custos de produção de soja e milho nas 12 fazendas participantes do projeto no sudoeste goiano, desde a safra 2022/23, o que tem sido feito por meio de entrevistas com os produtores. De acordo com a pesquisadora que coordena o objetivo 9, Rúbia Cristina Arantes, do Instituto Federal Goiano, os dados já passaram por análise, padronização e sumarização. “Estamos fechando o relatório resumido de resultados da pesquisa e manuscritos para publicação”, informa.


Ela explica que as propriedades pesquisadas foram divididas em fazendas com áreas de até 300 hectares e áreas acima desse número. “Nos produtores regenerativos com áreas de até 300 hectares, na safra 2022/23, apuramos que os custos de produção foram menores e a rentabilidade maior, em comparação com os produtores tradicionais com a mesma área, mesmo com uma produtividade comprometida na safra de soja por questões climáticas.”, relata a pesquisadora.


Rubia acrescenta que, nas fazendas com áreas de até 300 hectares, os custos médios de produção de soja, durante a safra 2022/23, foram de R$6.252,96 no sistema regenerativo e de R$7.273,23 no sistema tradicional. A produção de milho de segunda safra neste mesmo ano agrícola ficou em R$3.222,41 no sistema regenerativo e R$3.417,64 no sistema tradicional. A produtividade do milho de segunda safra foi 44% maior nas áreas de agricultura regenerativa do que nas áreas de cultivo tradicional. Essas informações estão destacadas no gráfico abaixo.




A pesquisa em andamento aponta que as intempéries climáticas têm representado grandes desafios para os produtores nas lavouras, impactando significativamente as operações e a produtividade. “Mesmo com as questões climáticas envolvidas, a agricultura regenerativa, em específico para produtores com fazendas com áreas menores que 300 hectares, conseguiram uma rentabilidade três vezes maior por hectare, na safra 2022/23”, destaca a pesquisadora.


Os dados das fazendas com mais de 300 hectares estão em fase final de análise. Nessas áreas, os estudos referentes à produção de soja e milho da safra 2023/24 estão em andamento e devem ser concluídos até o final de maio.


Para o levantamento dos custos de produção, foram definidas as metodologias conforme a cartilha “Custos de Produção Agrícola: A metodologia Conab – Brasília 2010” e a Metodologia de Custos de produção do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG). Foram levados em consideração todos os custos de produção, tais como: custos diretos (insumos agrícolas, mão de obra, horas máquinas, arrendamento, etc.) e custos indiretos (seguros, consultorias, juros sobre custeios, remuneração de capital próprio, etc.)


A partir da pesquisa que vem sendo realizada pela equipe do objetivo 9 do projeto Regenera Cerrado, com a análise dos custos de produção, será possível identificar os pontos críticos que impactam a sustentabilidade da produção agrícola. Com base nessa análise, poderão ser tomadas medidas para reduzir custos, aumentar a eficiência da produção e tornar a agricultura mais sustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico.


Sobre o Regenera Cerrado

O Regenera Cerrado tem como objetivo disseminar técnicas de agricultura regenerativa, respaldadas cientificamente e que sirvam de exemplo escalável de produção de soja e milho para o Brasil e para o mundo.


Criado no Instituto Fórum do Futuro, em 2022, o projeto conta com o patrocínio da Cargill, execução operacional do Instituto BioSistêmico (IBS) e parceria de 10 instituições nacionais e 12 fazendas da região no entorno do município de Rio Verde, no sudoeste de Goiás.


As instituições parceiras no Projeto Regenera Cerrado são a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (GAPES), o Instituto Federal Goiano, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de Brasília (UnB).


Para mais informações sobre o projeto, acesse o site do Instituto Fórum do Futuro!
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